Ganho de eficiência, digitalização e consumidores cautelosos vão fazer parte do cenário de retomada das franquias
Neste momento, infelizmente, ainda estamos em meio à pandemia do novo coronavírus e sem que tenhamos atingido o seu pico no Brasil como um todo. Como um tsunami, a Covid-19 avançou por todo o planeta, com sérios impactos nas vidas de milhões de pessoas. São milhões de pessoas infectadas, centenas de milhares de vidas perdidas e economias mundo afora gravemente atingidas.
Há um esforço hercúleo das micro e pequenas empresas brasileiras – ressaltando-se que estas são as que mais empregam no País – para sobreviver à pandemia. O desafio é enorme para todas, sem distinção, e as perdas são inevitáveis.
Contudo, diante desta crise sanitária e econômica sem precedentes na história da humanidade, estamos todos extraindo preciosas lições. Uma delas, na minha visão, é o ganho de eficiência. Este é o grande aprendizado já deixado para todos nós pela crise provocada pelo novo coronavírus.
Acredito que no pós-pandemia ou no “novo normal” as empresas vão se tornar mais eficientes em tudo. A gestão das empresas melhorará. A análise de desempenho dos negócios, por exemplo, será muito mais atenta e profunda, o que é muito importante e salutar. A prática de fazer mais com menos será intensificada. Vamos também rever processos, buscando aumentar a produtividade e maximizar o uso dos recursos. Seremos, ainda, mais eficientes em nossa capacidade de negociação e de nos adaptarmos a diferentes cenários.
Outras lições que aprendemos em meio à pandemia estão na esfera digital. No caso das franquias, vimos redes que intensificaram ou aceleraram projetos de digitalização de processos, teletrabalho, vendas pelas plataformas das mídias sociais e nas plataformas de marketplace. Franqueadoras também intensificaram a comunicação online com seus franqueados, realizando lives para reuniões de trabalho, palestras, treinamentos. São lições aprendidas e que permanecerão no nosso dia a dia pós-pandemia.
O franchising está, mais do que nunca, valendo-se dos seus fundamentos para enfrentar essa crise. A união e a sinergia entre franqueadores e franqueados jamais foi tão relevante. A colaboração entre esses parceiros de negócios promove uma intensa troca de ideias, busca e implantação de soluções para amenizar os impactos da Covid-19. E se mesmo em rede enfrentamos enormes desafios, sabemos que os negócios independentes sofrem muito mais.
O “novo normal” nos impõe novos hábitos. Nós, seja como cidadãos, seja como empresas, tendemos a mudar. Deveremos valorizar mais as coisas simples da vida, como um abraço, o tempo com a família, uma caminhada ao ar livre. Veremos possivelmente consumidores mais cautelosos, ao menos no início da reabertura do varejo físico, com novos hábitos de consumo. A retomada do crescimento econômico, no Brasil e no mundo, será lenta e gradual.
Além de lições, a pandemia do novo coronavírus está nos dando a oportunidade de sermos mais solidários, ajudando as pessoas em situação de vulnerabilidade social. A Covid-19 está também nos fazendo exercer mais a empatia, nos colocando no lugar do outro e isso nos torna pessoas melhores.
Meu desejo é que todos nós possamos extrair as melhores lições dessa pandemia para o nosso próprio bem, das nossas famílias, do próximo e dos nossos negócios.
*André Friedheim é presidente da Associação Brasileira de Franchising (ABF)