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Descubra se chegou a hora de franquear o seu negócio

Quer abrir uma franquia em 2022? Confira 6 dicas que você deve levar em conta antes de investir

Entra crise e sai crise, mas o mercado de franquias dificilmente se abala. De acordo com a ABF (Associação Brasileira de Franchising), em 2020 o setor registrou um faturamento de aproximadamente R$ 167 bilhões, o equivalente a 2,2% do PIB, e empregou mais de 1,2 milhão de pessoas.

Os números de 2021 ainda não foram consolidados, mas a projeção é de um crescimento significativo de 9% no faturamento e 5% no número de vagas abertas.

“Atribuímos esse aumento à retomada da movimentação nas unidades presenciais por conta do avanço da vacinação e à redução das taxas de mortalidade por covid-19, e à crescente digitalização do setor, principalmente em relação aos canais de venda”, explica André Friedheim, presidente da ABF. “Como já ocorreu em outros momentos desafiadores da economia, o setor também vem recebendo profissionais em busca de alternativas de ocupação, renda e investimento.”

Por essas e outras, e com o início de mais um ano, quem sabe esse seja o momento propício para surfar na onda das franquias e dar aquela guinada na sua vida profissional? Antes de tomar qualquer decisão precipitada, no entanto, é preciso entender com clareza como esse segmento funciona e os diversos aspectos a serem levados em consideração para alavancar suas chances de ser bem-sucedido na nova empreitada.

Será que franquia é realmente para mim?

Eis a primeira questão a ser levantada ao cogitar se tornar um franqueado. O fato de ser amparado por uma marca testada e reconhecida, além de contar com um catálogo pronto de produtos ou serviços, em princípio é meio caminho andado. Outra mão na roda: ter um plano de negócios pré-estabelecido, apoio para divulgação do negócio, suporte jurídico e tecnológico, consultoria, fornecedores e distribuidores homologados etc.

“Mas se seu perfil é de alguém mais empreendedor e criativo, daqueles que gostam de inovar, contribuir com ideias e, sobretudo, trabalhar e fazer as coisas do seu jeito, dificilmente se dará bem seguindo os rígidos padrões desse modelo de negócios em particular”, afirma Henrique Mol, empresário e presidente do grupo Encontre sua Franquia.

Do que devo me inteirar antes de embarcar nessa?

Para se certificar de que o negócio é interessante e seguro para investir, é imprescindível pesquisar histórico da marca e da franquia, número de unidades ativas, conversar com franqueados, ex-franqueados e clientes. E, ainda, checar eventuais pendências judiciais da franqueadora e a reputação da marca junto a órgãos como Serasa e Reclame Aqui, entre outros. Vale também visitar uma ou mais unidades da rede, no papel de cliente, para compreender melhor sua dinâmica, qualidade dos produtos e serviços, atendimento e por aí afora.

“Se depois de tudo isso você optar por se tornar um franqueado, o conselho é contratar um advogado ou consultor especializado no setor antes de assinar qualquer coisa”, diz José Fugice, especialista em franquias e varejo e CEO do grupo Goakira, consultoria com foco em crescimento e estruturação de negócios. “O contrato não é de ‘adesão’, ou seja, nada o impede de argumentar, negociar, solicitar a mudança ou mesmo retirar determinadas cláusulas para que ambas as partes fiquem protegidas.”

Como escolher a franquia mais adequada para meu perfil e bolso?

O vasto cardápio de modelos de franchising prevê desde lojas de rua, em shoppings ou mesmo estradas, passando por quiosques, food trucks, store in store (em que mais de uma marca ocupa o mesmo ponto), franquias virtuais e home based, entre tantos outros.

E mais: só no Brasil existem cerca de 2.600 alternativas de marcas franqueadas, voltadas para todos os setores da economia, cujos investimentos podem variar de 10 mil até dois milhões de reais.

“Avalie as opções do mercado com base no seu perfil e seu budget e evite ir atrás da boiada”, aconselha Fugice. “Escolha um produto ou serviço não porque está na moda ou em crescimento, mas sim com os quais tenha afinidade e vontade de trabalhar.”

Onde devo estabelecer meu negócio?

No caso de franquias físicas, em geral existem restrições territoriais para seu estabelecimento e atuação, regidas pela estratégia de negócios de cada franqueador. Algumas marcas são voltadas, por exemplo, para cidades com um número mínimo de habitantes, e é comum haver limites no número de pontos por região — sobretudo para que não haja concorrência direta entre os franqueados de uma mesma rede.

Apesar disso, nada impede que você sugira a instalação de seu ponto comercial em um lugar específico que, a seu ver, tenha potencial de crescimento. Para isso, antes é necessário analisar o mercado local, concorrência, perfil de público, hábitos de consumo. Nunca é demais lembrar, porém, que a decisão final será sempre do franqueador.

Finalmente vou conseguir trabalhar menos e ganhar mais?

Não exatamente. Os franqueadores dão o suporte necessário para abrir a franquia e todo o know-how do negócio, mas sua dedicação total e alto nível de compromisso são fundamentais para que os resultados desejados apareçam. É você, afinal, quem irá cuidar do dia a dia do trabalho, do fluxo de caixa, de contratações, treinamento e gestão dos funcionários, dos reports à franqueadora sobre o andamento do negócio e daí por diante. É sua, leia-se, a responsabilidade de zelar pelo conceito de mercado e excelência da marca.

“No que se refere à parte financeira, costumo dizer que menino não nasce andando, e o mesmo acontece com os negócios, que precisam de tempo para crescer, evoluir e maturar, para só então começar a dar frutos”, afirma Mol. “Por isso é essencial se planejar para arcar com o pagamento de taxas iniciais e periódicas, custos e despesas da unidade, assim como contar com um bom capital de giro, sobretudo nos primeiros meses, até ter mais consciência do que entra e do que sai e comece de fato a lucrar.”

Franquias grandes são garantia de sucesso?

Independentemente do tamanho da franquia, o mais importante, segundo os especialistas, é atestar a qualidade do apoio dado pelo franqueador para que os franqueados sejam bem-sucedidos em suas operações. O mesmo peso deve ser dado à sincronia de interesses entre ambos, bem como o tipo de relacionamento que a rede costuma estabelecer com seus franqueadores, seu grau de parceria e a frequência da comunicação.

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